segunda-feira, outubro 28, 2013

Os Beagles do Zé Arnaldo


Na coluna da ultima terça, 22, no Bom Dia Jundiaí, Jose Arnaldo de Oliveira falava dos beagles resgatados em São Roque.

Ele argumentou que cãezinhos sensibilizam mais do que galinhas de granja. Por conta disso, quem come picanha não esta autorizado a ser herói pra cachorro.

Penso que uma coisa não agrava a outra. Os ativistas cometeram um ato inusitado e raro no Brasil. Podem passar para a história por desencadear uma serie de ações de libertação animal: Um olhar mais atento para o sofrimento de nossos companheiros de jornada neste planeta; Uma nova era de solidariedade entre homens e bichos.

O que virá depois? O debate sobre a ética da dieta vegetariana? Invasão aos laboratórios que testam transgênicos? A Terra sem males, como no mito indígena.

E então já não precisaremos de remédios. Alimentos? Muito pouco, reconduzidos a sua função original de nutrir e alegrar a vida.

A emancipação do homem, "tão perdido na distancia da morada do Senhor", como na canção do meu amigo Erasmo.

Vida longa aos beagles!

quarta-feira, maio 29, 2013

Uma APA para Itu

Pau d'alho centenário se destaca na paisagem do Pedregulho.

No Ano Internacional da Cooperação pela Água, instituído pela ONU como prioridade em 2013, o município de Itu, a 100 Km da capital, avalia a criação de uma nova Área de Proteção Ambiental na cidade, a APA do Pedregulho.

O bairro rural do Pedregulho abriga parte da microbacia do ribeirão Piraí, um trecho bem preservado e que deverá acolher a futura barragem. A criação da APA Municipal garante a proteção dos recursos hídricos, incluindo o belíssimo vale do Piraí, além de preservar a paisagem e o patrimônio cultural e histórico e incentivar a restauração florestal.

Outro aspecto positivo é a ordenação do território, visando direcionar os empreendimentos atuais e futuros para práticas sustentáveis, que atendam aos interesses sociais e econômicos com o mínimo de impacto ambiental. A mineração artesanal do granito, por exemplo, recurso abundante na região, deve se sofisticar, com a organização de cooperativas, orientação e capacitação dos trabalhadores e a necessária fiscalização.

Sendo esta uma das mais importantes questões sociais do bairro, ganha especial relevância a disposição do poder público em buscar uma alternativa para o núcleo habitacional localizado no Km 90 da rodovia D. Gabriel. Constituído em grande parte por famílias dos trabalhadores artesanais, o núcleo é irregular por ocupar a margem do Piraí, considerada área de proteção permanente conforme a legislação ambiental. O mapa da nova APA inclui este núcleo como Setor de Recuperação Socioambiental.

A agricultura orgânica também será incentivada, como alternativa para a produção agrícola local. Tradicionalmente dedicada ao café, em tempos recentes destaca-se na pecuária, suinocultura, equinos e cana de açúcar. E a vocação das fazendas históricas para o Turismo Rural ganha novo impulso, valorizando o grande empenho de instituições e empreendedores dedicados há vários anos neste segmento.

O território do Pedregulho de fato já está incluído na APA Estadual, como uma extensão da APA Cabreúva, criada para proteção da Serra do Japi e do ribeirão Piraí.

Esta APA Estadual abrange também os municípios de Jundiaí e Cajamar e conta com um Conselho Gestor formado por representantes do poder público e instituições, que neste momento trabalha pela elaboração de um Plano de Manejo, que indicará as ações preferenciais para o uso sustentável da área.

A criação da APA Municipal do Pedregulho trará a gestão deste importante território para o município, pois contará com um Conselho Gestor local responsável por avaliar e deliberar propostas sustentáveis para o bairro.

É um grande avanço na governança participativa do município, sobretudo num contexto tão importante e urgente como o cuidado ambiental. Berço da República, Itu tem neste momento uma oportunidade concreta, sem exageros, de firmar-se como cidade sustentável no âmbito global.

Paulo Dutra  é Comunicador Social, com especialização em Comunicação Empresarial e pós em Formação de Adultos. Educador Ambiental e Agente de Desenvolvimento Local. Atuou em projetos ambientais de ONgs,empresas e instituições diversas. Fundador do Fórum Permanente Caxambu, movimento ambiental em defesa das águas. É membro do Conselho Gestor da APA CCJ, representando o Instituto Lambari. Atualmente coordena o projeto Pedregulho - Território Vivo.

publicado em http://www.itu.com.br/opiniao/noticia/paulo-dutra-uma-apa-para-itu-20130522