domingo, fevereiro 20, 2011

Jundiaí e o Cairo

Falando em Revolução

Os protestos no Egito, que provocaram a queda de Mubarak, parecem ter encorajado outras manifestações, sobretudo nos países árabes.

Aparentemente a juventude e a Internet estão à frente do movimento.

Na mesma onda, estudantes de São Paulo protestam contra o preço do pão de queijo e das passagens de ônibus.

Em Jundiaí há movimentações pela consciência do eleitor, pela democracia, a favor das ciclovias, contra o aumento da tarifa dos trens.

Ainda é pouco, muito pouco, mas é um começo.

A cidade não está tão longe do Cairo quanto possa parecer.

Pela web, é possível ter amigos egípcios, cubanos, chineses.

É possível entrar no mundo pela porta da frente. Ou dos fundos, se for mais conveniente.

Pequenas ou grandes democracias não podem vacilar. Pequenas ou grandes ditaduras menos ainda.

Quando Anuar Sadat foi assassinado e Mubarak assumiu o Egito, a abertura política se consolidava no Brasil. Em Jundiaí, o poder já estava nas mãos do grupo de políticos que a governa até hoje.

A experiência recente da lei da Ficha Limpa mostra a urgência da reforma política. É preciso aprofundar a democracia.

Com tantas palmeiras e com a forte influência do capital imobiliário, Jundiaí se parece cada vez mais com Dubai.

Nas periferias, com Dakar.

Mas aqui, como lá, há olhos e corações atentos.

E gente conectada, criando o futuro.

Como na canção de Tracy Chapman (*):

“Você não sabe

que estão falando numa revolução?

Você não sabe?

Melhor você correr, correr, correr...

Finalmente as discussões estão começando a voltar

Estão falando numa revolução”.

Paulo Dutra

Fórum Caxambu

(*) Talkin'Bout A Revolution