Sozinha, a Serra do Japi não é nada.
Uma ilha verde cercada de cidades que a devoram pelas beiradas.
Enquanto "frenteiros" debatem o que pode e o que não pode construir por lá, árvores vão caindo como dominó.
Proteger a Serra está além da capacidade do pobre, pobre mesmo, Plano Diretor. Como preconiza o Estatuto das Cidades, é um bom instrumento, que põe a cidade no jogo, mas não garante a vitória.
Mas então, como avançar na proteção à nossa "querida" Serra?
Como evitar o efeito de borda, com as intempéries minando a floresta, dia após dia? E o processo erosivo, que já abre feridas em vários locais? Como impedir seu isolamento e evitar sua implosão genética?
O Conselho Gestor da APA tenta apresentar algumas respostas, finalizando seu Plano de Manejo.
interligação com corredores ecológicos, a criação de novas unidades de
conservação. Propõe também um "novo rural", aproximando tradição e tecnologia.
A APA considera o território. Não apenas a área tombada ou a reserva biológica, mas cada rua, córrego, árvore, todo o município. Aliás, três municípios completos, além de parcelas de outros seis.
comunitária. É aí que podemos avançar. Ampliar a participação popular
nos Conselhos. Aprofundar o empoderamento e a responsabilidade das comunidades na gestão ambiental.
Então, já não precisaremos da boa intenção (ou jogada eleitoral) do prefeito. Nem do parque do deputado. Nem de coisas estranhas como webcidadania "ativa".
A cidade não tem dono.
Parece que tem, mas é de todo mundo.
A Serra não é nossa. É também dos nossos vizinhos. Não dá pra fechar a porteira só do lado de cá. Não dá pra fechar por decreto.
A Serra é, de resto, de toda a humanidade.